12/06/2012

Chitãozinho diz que dupla sertaneja 'namora' parceria com Jota Quest

 Foto: Paulo Toledo Piza / G1

Um show de Chitãozinho & Xororó sem o hino "Fio de Cabelo". O curioso deslize cometido no passado durante show em Americana (SP) provoca risos na dupla sertaneja, que pretende recompensar o público da Festa de Peão na apresentação com a Orquestra Filarmônica Bachiana, regida pelo maestro João Carlos Martins, marcada para às 21h de quarta-feira (13). "Rapaz, a gente estava cansado e a música passou em branco, foi a maior gafe. No dia seguinte muita gente ficou com nariz torcido. Hoje é engraçado, mas na época ficamos preocupados", lembra Chitãozinho em bom humor. Em entrevista ao G1, o irmão mais velho da dupla falou sobre os 40 anos de carreira, além da vontade de flertar com o gênero pop-rock.

Quando tenta definir a receita para o tempo de sucesso, Chitãozinho recorre de imediato ao clichê que combina artistas e aplausos. "É um prazer cantar enquanto formos correspondidos. Isso nos incentiva a querer sempre algo diferente e fazer o trabalho com mais amor", resume. A deixa, por sinal, é usada pelo cantor na avaliação de alguns nomes da nova geração de músicos sertanejos.

 Foto: Paulo Evans

"Infelizmente há pouco cuidado com os fundamentos, a poesia... Tudo é praticamente voltado para o lado comercial. São músicas que não vão ficar para a história, já que o próprio público descarta o que não é bom", pondera antes de elogiar o trabalho da dupla sertaneja Fernando e Sorocaba.

Chitãozinho adianta que ele e o irmão Xororó lançam em julho um novo hit com a participação da dupla Victor & Léo e segue em paralelo um novo trabalho de inéditas românticas, previsto até o fim do ano.

Raul Seixas e Jota Quest
Se o apreço pelas letras e arranjos conservam a essência da dupla, Chitãozinho enxerga nas parcerias com outros artistas a chance de atrair público mais jovem e inovar nas composições. Após gravar com nomes da MPB, o rapper Cabal e o grupo Exaltasamba, a dupla não descarta gravar um sucesso de Raul Seixas.

"Vamos pensar", resume antes de palinha do trecho de 'Tente Outra Vez'. A escolha não é feita por acaso. Quando esmiúça a memória, o cantor lembra que a dupla quase desistiu da música ao voltar de turnê pelo Paraná, na década de 1970, em virtude da crise financeira da época. "Se não tivéssemos ouvido aquela música...", usa o silêncio como agradecimento ao roqueiro baiano. De volta aos planos que passam pelo gênero pop-rock, Chitãozinho revela "namoro antigo" entre a dupla sertaneja e a banda Jota Quest. "É um desejo, uma hora vai sair. Pela amizade, admiração recíproca pelo talento. O público é quem vai ganhar", aposta o cantor.

'Música de bom gosto'
Sem fazer mistério, Chitãozinho conta que o repertório para a Festa de Peão de Americana deste ano terá 22 canções, sendo que 'No Rancho Fundo', 'Majestade O Sabiá' e outras sete serão interpretadas com arranjos da orquestra. "O show muda completamente na metade, é mágico. Acredito que será um espetáculo melhor, pois não existe a tensão do inédito", compara à apresentação sinfônica feita em Barretos (SP). Como favorita para a nova versão, Chitãozinho elege a emoção de 'Ave Maria', enquanto Xororó prefere 'Evidências'.

Em bate-papo que levou cerca de 15 minutos, o maestro João Carlos Martins trata da inserção da música clássica no ambiente da festa de peão com naturalidade e promete ao público que o hino da dupla de irmãos ilustres de Astorga (PR) não será esquecida. "Com músicos de qualidade fica fácil trabalhar em um ambiente diferente. Só há bom gosto e segurança. Desta vez ela [Fio de Cabelo] não passará em branco, estarei ao piano", diz o maestro em bom humor. A formação contará com 40 músicos que usarão violinos, violoncelos, contrabaixos, flautas, oboés, entre outros intrumentos.

Martins também mostrou-se entusiasmado com o filme que levará sua trajetória ao cinema, sob direção de Bruno Barreto. A história de superação será representada pelo ator Marcelo Serrado. "Fiquei muito feliz com a escolha, ele é um tremendo ator". O maestrou também comemorou o interesse de pesquisadores de Harvard nos projetos de inclusão social conduzidos à frente da orquestra.

 Foto: Divulgação / Fernando Mucci



Fonte - G1

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