11/11/2009

Chitãozinho e Xororó


Público ovaciona de pé Chitãozinho e Xororó na Sala São Paulo

RICARDO FELTRIN
Secretário de Redação da Folha Online

Quarenta anos de carreira e um sem número de apresentações para plateias de mais de 100 mil pessoas não foram suficientes para evitar que Chitãozinho e Xororó ficassem nervosos no show de ontem à noite na Sala São Paulo, diante da Bachiana Orquestra.

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Os irmãos estavam visivelmente tensos, mas foram em frente, cantaram seus maiores sucessos, se emocionaram, choraram em palco e terminaram o show aplaudidos de pé pelo público --boa parte também às lágrimas.

Foi de fato a "noite de gala do sertanejo", como resumiu durante os ensaios José de Lima Sobrinho, o Chitãozinho, 55, que entrou no palco tímido, com o inseparável chapéu de caubói enterrado na cabeça além do habitual.

Seu irmão, Durval de Lima, o Xororó, 52, parecia mais seguro. Abriu a apresentação afinado com "Ave Maria", e com o maestro João Carlos Martins ao piano que, contra todas as expectativas médicas, ainda dedilha certo com seus dedos tortos. É ele, aliás, o mentor do que chamou de "grande encontro das águas" da música clássica com a popular.

Nos sucessos novelísticos "No Rancho Fundo", "Fio de Cabelo" e "Se Deus me Ouvisse", Chitão e Xororó foram acompanhados a uma só voz por mais de 1.500 espectadores, um dos maiores públicos do ano no local. Era possível ver por toda parte, em cada canto ou porta, funcionários da Sala São Paulo, uniformizados, de setores como limpeza e manutenção, cantando com a dupla.

Os irmãos retribuíram ainda com uma canção inédita, "Se For Pra Ser Feliz", que está no CD em comemoração às quatro décadas de carreira, prestes a chegar às lojas.

Nem tudo foi perfeito, claro. O afinado Xororó levou dois dribles em compassos de uma adaptação de Schubert. E o maestro nem conseguia corrigi-lo porque, emocionado e de olhos fechados, o cantor não podia ser chamado à atenção, e recolocado nos trilhos. Mas não havia problema, de fato. Era uma noite diferente e bonita, não para o clássico ou para o sertanejo, mas para a música em si.


Fonte - http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u649604.shtml

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